sábado, 20 de fevereiro de 2010

[Buenos Aires – 2010] Quarto de último dia

Acordamos e estava chovendo. Que desgraça! Resolvemos desistir do pão com manteiga do hostel e ir até o Café Tortoni (super tradicional em Buenos Aires, aberto desde 1858 – ou algo do tipo). Só tem tradição. O café é normal, os doces normais, o atendimento normal (padrão Buenos Aires). Ali descobrimos que tinha um show mais intimista de noite. Fizemos a reserva. A chuva parou e restou somente o frescor. Ah, que temperatura maravilhosa. Muriqui devia estar a 40 graus e eu a 20 graus. Tem coisa melhor? O povo do hostel tinha dito que o zoológico da cidade era bacana, pois era permitido dar comida para os animais. Pegamos o subte até Palermo e lá fomos nós dar comida pra bicho argentino. Recomendação para quem um dia quiser fazer esse passeio: leve repelente. Aliais, se você for a Buenos Aires, não esqueça do repelente. Comecei a ser picada na porta do aeroporto e não parou mais. Tinha mosquito no hotel, na rua, no restaurante. Uma loucura. Fiquei toda coçando. Voltando ao zôo, realmente é permitido dar comida aos animais, mas vc compra a comidinha certinha deles. Bacaninha. Depois fomos em um restaurante chamado Las Cholitas na Recoleta recomendado por um colega. Olha realmente, o lugar é divino. Comida farta, boa, bem servida e barata, muito barata. Pagamos a fortuna de R$ 15 cada. Depois resolvemos conhecer bares na Recoleta. Pulamos de bar em bar bebendo cerveja. Ótima maneira de conhecer os bares, beber e não ficar com fama de bêbedo. Um pouco embriagada, pegamos um táxi de volta para o hostel para tomar um banho e ir ao tal do show de tango intimista. Bem diferente do tango broadway, pequeno e divertido. Outro estilo completamente diferente que vale a pena conhecer para comparar. E esse foi o final da viagem. No dia seguinte, pegamos o avião pinga-pinga de volta e em 12 horas estávamos em casa, no calor de Muriqui.

[Buenos Aires – 2010] Terceiro dia

Podemos acordar mais tarde por um motivo um tanto ridículo. No aeroporto resolvemos trocar poucos reais em pesos porque o câmbio estava muito ruim. Estavam pagando R$ 0,61 quando oficialmente a cotação era em torno de R$ 0,47. Trocamos aquele dinheirinho pouco só para o táxi e parar sobreviver a noite, pois a intenção era trocar mais grana no dia seguinte. Não lembramos, porém, que o dia seguinte era um domingo e estava tudo fechado. Isso quer dizer que final do dia estávamos completamente sem dinheiro pra nada. Como os bancos só abriam depois das 10hs e não tínhamos um puto, acordamos tranquilamente, comemos nosso pãozinho com manteiga e doce de leite. Andamos até a Rua San Martin que tem um montão de bancos, trocamos finalmente a grana e fomos passear na Rua Florida. Lá tem um comércio ótimo, ainda mais com a moeda deles assim tão desvalorizada. E por falar em comércio e moeda fraca, aproveitamos o dia para conhecer Buenos Aires e fazer comprinhas! Pegamos o metro (que aqui se chama Subte – adorei o nome. Fiquei repetindo váááááárias vezes. Metro agora pra mim vai ser Subte pra sempre) e fomos até Villa Cresto onde tem umas lojas de ponta de estoque com coisas baratérrimas. Olha daqui e dali, achei uma loja Nike e fiz a festa. Compra mais uma coisinha, dá uma andadinha, pronto. Bateu aquela fome. Onde vamos? Onde vamos? Consultamos as dicas dos amigos e os guias de viagem e estava lá recomendado o restaurante Siga la Vaca. Pegamos o subte de volta ao centro e fomos até o Puerto Madeiro. Chegamos umas 2 horas e demos sorte, ninguém na fila (que na saída estava quilométrica). O valor era AR$ 47 por pessoa, incluindo 1 litro de bebida (qualquer uma) e sobremesa. O sistema é buffet com muita carne argentina. Comi tanto de pensar que ia morrer rolando. Saindo de lá fomos conhecer Palermo que disseram para nós que era supimpa, mas achei meio chatinho. Sentamos num barzinho tomamos mais 1 litro de chopp (depois de ter tomado 2 litros no restaurante) e seguimos de volta para o hostel. De noite teve show de tango. Escolhemos um lugar recomendado por um amigo argentino e pelo próprio hostel. Chamava-se Tango Porteño. Você tem duas opções nestes tipos de shows. O primeiro é comprar o ingresso e o jantar e o segundo só o ingresso para o show. Compramos o segundo pelo simples fato que a vaca do Siga la Vaca ainda estava mugindo no nosso estômago. Mas não sei se é a melhor opção. Lá em baixo no teatro o povo fica em mesa, comendo e bebendo. Quem paga só o show fica na parte de cima, quase sem visão nenhuma para o palco. Muito ruim mesmo. E ainda por cima não pode beber nem uma água. O show é um espetáculo da broadway. Todo high tech com bailarinos dança juntos e tal. Gostei mas fiquei com a impressão que aquilo era coisa para turista ver. Voltamos para o hostel e tomamos aquela cervecita básica antes de capotar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

[Buenos Aires - 2010] La Bombonera


Logo pela manhã sentei no sofá no hall do hostel para passar um email para minha irmã. Tive dificuldades para conectar à rede wireless e um brasileiro que estava do meu lado me deu uma ajuda. Começamos a conversar sobre o que fazer em Buenos Aires e entre outras coisas ele disse: "Vai ter jogo hoje do Boca e vai sair uma excursão aqui do hostel". Oba, bacana. Pensei. Fiz a minha reserva. As 16 horas chegou o ônibus que iria nos levar. Aí foi o primeiro de uma sequências de choques. Um busunga escolar velho caindo aos pedaços que dava até medo de pegar um tétano ou coisa que o valha. Mas tudo bem. Tudo é diversão. Dentro da bumba o guia disse que iríamos parar em um lugar primeiro para comer e beber alguma coisa. Beleza, nada melhor realmente já que dentro do estádio não pode beber. Muita inocência a minha. Na verdade, como no Brasil, não é permitido beber em um raio de 5 quadras do estádio. Paramos umas 3 quadras do estádio e o guia nos levou para um buraco inacreditável. Era os fundos de uma casa de madeira caindo aos pedaços literalmente. Um cortiço da pior qualidade onde se servia cerveja ilegal e pão com linguiça um tanto suspeita. Surreal a situação. Era rir para não chorar. Comecei a me ligar que o programa era de índio. Tomada a cerveja as pressas e ilegalmente, seguimos para o estádio. Subimos infinitos lances de escada até chegarmos à arquibancada que ficava na cabeceira do campo. Nos posicionamos em um local estratégico e esperamos, esperamos, esperamos, esperamos, esperamos... De repente a coisa começou a ficar apertada, apertada, apertada, muito apertada.... até que tivemos que levantar e ficar de pé para não sermos esmagados. Neste momento eu já estava xingando mentalmente o filho da puta do moleque brasileiro que me meteu nessa furada. Faltando uns 10 minutos para começar o jogo, no outro lado do campo, na outra cabeceira, chegou a torcida organizada do Boca com bandeiras, faixas e bateria. Pulavam e cantavam feito doidos. E assim se portaram durante todo o jogo sem parar um só minuto. Uma coisa impressionante de se ver. Não tem como não se maravilhar com a paixão deles pelo time. Já fui em alguns jogos de futebol no Brasil e nunca vi nada que chegasse nem perto do que presenciei em 90 minutos de jogo. O time em si uma mierda. Empatou com o time de sei lá do que de Tucumán, penúltimo da tabela do campeonato argentino. Mesmo jogando muito mal, a torcida não parava de cantar e pular e empurrar o time. Os jogadores podiam errar o passe, o chute, pisar na bola... lá estava a torcida aplaudindo e apoiando. Quando surgiram algumas manifestações de desagrado com o time o que se ouviu foi um "shhhhh" coletivo, do tipo "cala a boca, não fale mal do Boca". No final do jogo, teve um momento maravilhoso onde a torcida ficou enlouquecida e cantava muito alto. Fiz um vídeo do momento e vou postar em breve. O jogo mesmo foi uma pelada, mas a tal da torcida do Boca deu um show! A torcida do meu Guarani deveria fazer uns estágios por aqui. Isso é que é amor ao clube. No fim de tudo, apesar do momentos de alta tensão, o passeio valeu muito a pena.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

[Buenos Aires 2010] Segundo dia

Acordei cedo e desci para o café da manhã. No hostel, além de pagar 22 dólares por dia, vc ainda tem café da mnhã de graça. Tudo bem que é aquele pãozinho com manteiga básico, mas dá e muito para o gasto. Devidamente alimentada, andei até a praça de maio, tirei fotos em frente a casa rosada, passeio clássico e indolor. Após, andei pela rua da defesa até o bairro de San Telmo. Nos domingos tem uma feira por toda a extensão da rua e mais outras ruas laterais. Vende-se de tudo: roupa, biju, quadros, fitas K7... fitas K7???? Tem doido pra tudo quanto é lado. San Telmo é um bairro boêmio, com galerias de arte e antiguarios ao estilo Vila Madalena em São Paulo. Comprei uma coisinha aqui outra ali, voltei a praça de maio, fui conferir a catedral por dentro, segui até o obelisco na 9 de julho e resolvi conhecer a Recoleta. É um bairro mais chique, sem similar no Rio e em São Paulo. Um clima muito agradável, feirinha, gente bonita, barzinhos e restaurantes lindos com mesas na calçada. Um charme. Tomei uma cerveja, comi uma coisinha e fui conhecer o tal cemitério da Recoleta. Muito bonito e tal, mas não me senti bem naquela situação, tirando fotos de mausoléus, cercada de gente morta, na boa, muito móbido. Achei terrível e logo saí dali. Dali fui para o programa mais cansativo e desgastante do dia. Jogo do Boca Juniors na Bombonera. Esse merece um post a parte (que vou fazer amanhã, porque estou podre de casada agora e quero dormir).

[Buenos Aires - 2010] Primeiro dia

Depois do vôo pinga-pinga da TAM com escalas em Ciudad Del Leste e Assunción, cheguei pra lá de 7 horas da noite no aeroporto de Buenos Aires. A construção é moderna, grande e bonita, diferente do que eu me lembrava da vez que estive na cidade rapidamente em 1994. Pesquisei previamente que há vários tipos de transporte do aeroporto para o centro e fique entre o ônibus Manuel Tienda e o famigerado taxi. Como estávamos em duas, o mais em conta foi o taxi. O preço é tabelado em 118 pesos, cerca de 59 reais. Logo de cara me deparei com um costume do motorista argentino: correr feito louco. Apavorante. O percurso dura cerca de 25 minutos (em um sábado) em um boa auto-pista com dois pedágios. Achei um absurdo. Chegando na rua do hostel fiquei meio preocupada. A rua era deserta, estreita, com construções velhas e mal cuidadas, tipo centro do Rio. Essa associação logo leva a outra que, claro, tem a ver com a segurança do local. Mas aí fica a diferença. Apesar do aspecto um tanto suspeito, o local se mostrou bem seguro. O hostel ficava numa portinha também um tanto suspeita, mas ao entrar me deparei com um lugar descolado, com um bar, mesa de sinuca, um bando de estrangeiro bebendo cerveja e música alta rolando. Reserva ok, check in ok, subi para o quarto para ver o que me esperava. Tudo tranquilo. Quarto simples, mas limpo e bem cuidado. Tomei aquele banho amigo, fui ao Porto Madeiro ver qualé do local. Tinham me dito que ficou muito bacana após a revitalização que fizeram no local e, de fato, ficou muito charmoso e bonito. Muitos restaurantes um do lado do outro, clima agradável, gente bonita (na grande maioria brasileiros). Já era pra lá de 10 da noite e a fome apertou. Tantamos entrar nos restautantes mais badalados como o Cabana Las Lilas, mas a espera estava em mais de 1 hora. Lotadaço! Encontrei um outro restaurante chamado Sorrento (ou algo do tipo). Apesar da comida mais ou menos o atendimento foi péssimo ao ponto de demorarem mais de 40 minutos para fechar a droga da conta. Alias, fechar a conta e pagar está se mostrando um verdadeiro desafio por aqui. Depois voltei para o Hostel para dormir porque ninguém é de ferro. Masssss... ao chegar lá me deparei com uma festa no Hostel em comemoração ao dia de São Valentim. Musicão eletrônica, gente nova dos seus 20 e poucos anos, bonita e estranha e muita cerveja. Fiquei um pouco, coisa de duas cerveja, e deu. A tia foi dormir.